sábado, 27 de fevereiro de 2016

Vida Rural Na Colonia - Historia



“O escravo urbano gozava inegavelmente de uma situação superior a do parceiro do campo. As possibilidades que tinha de conseguir a alforria eram maiores, melhores em geral suas condições de saúde, e mais suave o tratamento que recebia, pois os olhos da lei andavam mais perto” (1982: 289)
A vida do escravo na zona rural era bem diferente. No campo o senhor tinha plena autoridade, este que representava a Igreja, a justiça, a força política e militar.
Nas atividades da fazenda o escravo trabalhava uma média de 15 a 18 horas diária. A rotina dos escravos era esta: as 4 ou 5 horas, antes mesmo do sol nascer, se apresentavam ao feitor. Divididos em grupos iam para os cafezais. As 09 ou às 10 horas passavam para almoço, as cozinheiras preparavam a refeição no próprio local, em grandes caldeirões. Meia hora depois recomeçava o serviço. À uma hora interrompiam o serviço para o café com rapadura. Às 4 horas jantavam e o trabalho prosseguia até o escurecer, quando novamente se apresentavam ao feitor. De volta do campo, dedicavam aos serviços no terreiro nas casas de engenho, no paiol e no preparo dos alimentos para o dia seguinte. As 10 ou 11 horas após uma ceia, recolhiam às senzalas.
Geralmente as senzalas eram construções de pau-a-pique, cobertas de sabe, sem janelas, apenas aberturas de 30 e 40 centímetros junto à cobertura com uma única porta, localizadas próximas à residência dos fazendeiros para poder se fiscalizar melhor os escravos. No corredor das senzalas tinham fogões primitivos onde os negros preparavam alguns pratos simples. Atrás da senzala, ficavam as privadas ou barricas com água que eram diariamente esvaziadas e limpas. Homens e mulheres dormiam em casas separadas, as crianças juntamente com as mães. Em algumas fazendas tinham pequenas cabanas ao lado das senzalas, destinadas aos casais.
Apenas nos domingos e feriados a rotina era alterada. Os escravos trabalhavam pela manhã cortando lenha, limpando córregos, concertando cercas, repassando estradas. À tarde tinham folga. Em certas fazendas alguns escravos recebiam um lote de terra para cultivar. Acreditava o senhor que isto seria uma forma de manter a segurança, pois assim mantinha o escravo ocupado, evitando concentrações. Para evitar tais concentrações, muitos fazendeiros substituíam a folga do domingo por um dia da semana.
Existiam senhores muito devotos que impediam qualquer trabalho aos domingos e dias santificados. Dia de repouso era dia de festa, recebiam roupas limpas, o vestuário era simples. Os homens usavam calça e camisa de algodão grosseiro. Na maioria das fazendas, as roupas eram renovadas apenas uma vez por ano. Geralmente eram trocadas aos domingos e lavadas uma vez por semana. Expostas ao sol e a chuva, as lavagens semanais estragavam as roupas. Negros esfarrapados, mesmo nas melhores fazendas, escandalizavam os viajantes. As escravas utilizadas nos serviços domésticos eram mais bem vestidas.

2 comentários:

  1. Nesta pastagem pude perceber que foi citado mais um ciclo da economia brasileira: o café. Que tem seu surgimento após o ciclo aurífero, e que contou também com a mão de obra escrava.

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  2. Nesta pastagem pude perceber que foi citado mais um ciclo da economia brasileira: o café. Que tem seu surgimento após o ciclo aurífero, e que contou também com a mão de obra escrava.

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